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DMCA e o seu efeito sobre rádio streaming na Internet
Contribuído por AsHeS em 11-04-02 18:18
do departamento radiofónico
News amartins escreve "Os que já sabem tenham um pouco de paciência mas isto precisa de alguma info de fundo.Em 1998 o congresso dos EUA aprovaram o Digital Millenium Copyright Act (DMCA) entre outras (e mais relevante a este artigo) esta "lei" estabeleceu que os "webcasters" pagassem às editoras discograficas pela música que passam. Confesso a minha ignorancia mas não é a rádio um veiculo de divulgação ou promoção da música e artista? Pagam as rádios para passar as músicas dos tops? Confesso que não sei. "


" Mesmo assim já ouvi (e acredito) que a grande receita para os artistas provem dos concertos e venda de merchandise. Daí (além do envolvimento inicial) ser em larga maioria as editoras a moverem a guerra vs. mp3 e agora a adesão de uma forma ou de outra ao formato.

O preocupante disto tudo é que após as falhas na negociação entre a DIMA e a RIAA a bola passou novamente para o campo da CARP (um painel que arbitra conflitos e define royalties a pagar) que tem palavra final neste assunto quando as negociações falham. Os valores a pagar são cobrados retroactivamente isto é: de Outubro de 98 até agora!

Mesmo consciente de que a larga maioria dos que vão ter de pagar serão "big boys" os valores vão ser avultados mais uma machadada para as .Com. Quanto pode custar isto tudo? Vejam este texto (completo em www.winamp.com não passo link porque tem sessão)

"If you have 1,000 listeners on average, and play about 20 songs per hour, unless I'm missing something, it'll cost you approximately $672 per day, or over $20,000 per month, and around a quarter million dollars per year" as quoted from Brian Zisk, Director of Technology for The Future of Music Coalition.

Sem querer entrar muito no campo demasiado controverso do mp3 pirataria etc preocupa o futuro do streaming de radios e música na Internet. Existe um movimento saveinternetradio.org que se refere a isto, se bem que se destine aos cidadãos eleitores desse país (EUA) há que ter consciencia que a aplicação lá tem implicações sérias para o resto do mundo.

O que mais me motivou a escrever isto é que há largos meses que enquanto trabalho vou ouvindo o Howard Stern, a NPR entre outros. Não são exactamente exemplos de streams com muita música no entanto é fácil concluir que a aplicação das tarifas vá levar ao fim de muitos destes serviços. No fim se calhar é bom porque com os limites da ADSL não dá para ouvir muito mais que 1 hora destes serviços por dia...

Lindows Os "sneak preview 2" | Microsoft perde nova batalha?  >

 

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Referências
  • DIMA
  • saveinternetradio.org
  • Mais acerca News
  • Também por AsHeS
  • Esta discussão foi arquivada. Não se pode acrescentar nenhum comentário.
    O direito a escolher (Pontos:2)
    por jmce em 11-04-02 21:52 GMT (#1)
    (Utilizador Info) http://jmce.artenumerica.org/

    Não sei qual a proporção de "big boys" envolvida, mas tenho ideia de que muito do que está envolvido e incomoda alguns reais big boys (com interesses por trás da CARP) são de facto pequenas rádios que se distinguem por alguma diferença em relação ao mainstream que vai a reboque das editoras em termos do que nos impinge ao longo do dia (e da forma como o impinge).

    Pouco tinha experimentado deste tipo de estações até agora, mas nos últimos dias dei comigo a ouvir muitas horas da RadioParadise, "abusando" um bocadinho da ligação ADSL sem limites de tráfego, com streaming a 128kb/s quase sempre sem soluços. A coisa parece pertencer a um casal, e tem 0 de publicidade (pelo menos em termos de "anúncios"). Parte das receitas vem de contribuições voluntárias, e estou a pensar seriamente em contribuir alguma coisita.

    Isto faz lembrar a discussão em torno dos pagamentos no Slashdot (para onde também ainda não contribuí). O problema é que a partir de certa escala é difícil manter alguns serviços sem arranjar fontes de receitas, por maior que seja a boa vontade. E quando chega essa altura, a questão chave é: quem é o cliente? Que interesses queremos que estejam representados no conteúdo? É que nos grandes media, como a TV que nos entra em casa "gratuitamente" da SIC e da TVI, nós não somos o cliente, somos a mercadoria apanhada com o isco da programação e que a estação depois vende aos patrocinadores em grandes pacotes de "eyeballs". Claro que acabamos por pagar à mesma tudo através dos produtos que compramos, mas aí portamo-nos de forma muito mais pacifica do que se nos dissessem explicitamente que íamos ter de pagar um "imposto" ou "taxa" de TV (mesmo que essa taxa fosse bem mais baixa do que talvez paguemos só a comprar detergentes).

    Falo disto porque de vez em quando (muitas vezes?) falhamos o alvo, atacando um ou outro serviço como o Slashdot que já só pode viver sendo pago de alguma forma (mesmo tendo de se curvar, de forma potencialmente suicida, perante anunciantes que não se importam de nos dar nojo aos aos sítios que poluem com banners gigantes e pop-ups e pop-unders e sabe-se lá mais o quê) mas não queremos ser nós a ajudar a pagar, nem que seja de forma voluntária. Falhamos o alvo quando nos esquecemos que boa parte do problema vem de quem tem interesses em criar barreiras à entrada com subidas de custos e legislação feita à medida dos interesses privados, como já aconteceu na imprensa há muito tempo (por exemplo na Grã-Bretanha no século passado, primeiro com leis repressivas e taxas altíssimas e depois, com mais sucesso, com o "funcionamento normal do mercado"), e depois na rádio, e depois na televisão.

    O mesmo processo parece estar a passar-se na Internet, um mundo onde, pelo menos por enquanto, a página pessoal mais íntima pode estar à mesma "distância" de nós que as páginas de qualquer governo ou multinacional. Naturalmente, isto não é cómodo para quem tem como objectivo essencial tornar a Internet "segura para o negócio" no sentido de ser apenas mais um sucedâneo da televisão por cabo, um meio para despejar conteúdo unidireccionalmente sobre massas passivas. "Content [o deles, claro] is king" é o mantra entoado nos lobbies. E quando entoamos outro, "information wants to be free", podemos facilmente lembrar-nos dos tostões mas esquecer-nos do significado mais importante (de liberdade) da palavra "free". É que se os vendedores do "content is king" tiverem sucesso nalgumas das suas intenções, dificilmente teremos informação "free", quer no preço quer na liberdade. Como no UK do século passado, pode nem ser necessário reprimir muito. Basta que os custos subam.

    Há uns anos vi na CNN uns anúncios interessantes da International Advertising Association em que, por exemplo, de um jornal iam desaparecendo notícias até a maior parte das páginas ficar em branco (como a ameaçar-nos do que seria o mundo sem eles, quando seria interessante ver a percentagem da superfície de um jornal efectivamente dedicado ao jornalismo). Para quem quiser ver, lembram-nos assim a todos quem é, esmagadoramente, o cliente dos media. Finalmente encontrei a coisa online: ADVER TISING: YOUR RIGHT TO CHOOSE.

    Possivelmente "content is not king", mas talvez não baste ficarmos sentados passivamente à espera do melhor em frente à TV "grátis", para significados arbitrários de "TV", enquanto nos queixamos dos "chatos" que pedem que a gente pague qualquer coisinha onde ainda temos efectivamente alguma liberdade de escolha, onde ainda somos nós o cliente.

    Os interesses representados na CARP, na RIAA, na MPAA, na BSA, ..., parecem não gostar muito disso. Vendem o peixe do comércio livre e da desregulamentação quando é o comércio genuinamente livre que os incomoda e a intervenção estatal com corporate welfare e legislação à medida que lhes dá oxigénio.

    Re:O direito a escolher (Pontos:2)
    por Astrónomo em 13-04-02 23:03 GMT (#2)
    (Utilizador Info)
    Cá em Portugal, contribuições voluntárias só se forem para o Sexy Hot, SportTV e outros canais edificantes do género...

    Com o Linux passa-se algo análogo: anda tudo atrás de borlas, o mirror com os ISOs do Mandrake, etc. Não pensam que, ao comprarem um pacote de uma distribuição, estão a ajudar uma empresa que muito faz por divulgar o Linux ao torná-lo cada vez mais acessível aos não-peritos. Empresas que, para prestar o serviço que prestam, empregam dezenas e até centenas de pessoas. Pessoas que vivem do que fazem, pois a isso dedicam-se o tempo inteiro.
    À maior parte dessa malta das borlas nem sequer passa pela cabeça que só pelo aluguer de uma linha dedicada que suporte um site de grande tráfego (como é forçosamente os das distribuições por causa dos downloads) é necessário desembolsar centenas de contos por mês.
    É claro que depois para a última placa gráfica super-aceleradora há sempre dinheiro...

     

     

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