Simple embedded Perl syntax não é bad. É good. Claro que não se compara com a simple embedded Python syntax que anda algures por aí (e que é tão fácil que até eu fiz uma implementação caseira). Não há comparação: Perl faz funções mas python faz objectos... basta uma coisinha para "soltar o python dentro do html" que acontecem maravilhas. Na minha opinião, Zope sai a perder disto tudo, pois oferece uma simple embedded dtml syntax e dtml é muito mais fraco (e muito mais difícil de ler) que python. É certo que Zope oferece muito mais que isso, pois permite incluir python, perl, acessos a bases de dados relacionais, autenticação... No entanto python também oferece acesso a bases de dados e também permite encapsular código doutras linguagens. Além disso python facilita muito a inclusão de python. Ou seja, se me dizem que Zope é bom porque serve de intermediário, eu pergunto para que preciso de intermediários se faço tudo com fluência na ferramenta original... Resta a autenticação (e delegação). Há a autenticação do filesystem e a dos servidores, mas toda ela é um pouco mais pobre que a do Zope. Isso é conseguido à custa de meter tudo dentro duma estrutura própria (o Data.fs), coisa que faz perder muito mais do que o que se ganha: Como o Data.fs é uma espécie de filesystem (se quiserem, é um "object system"), o que se perde são todas as ferramentas que há para mexer no filesystem "convencional". É o grep que costuma ser mencionado, mas se procurarem nos vossos /bin e /usr/bin encontram mais umas centenas. Falta mencionar a interface gráfica. Zope tem uma interface interessante para manipular os objectos. Isso permite visualizar estrutura lógica e ajuda a organizar o código. No entanto a ajuda muito depressa é insuficiente, e para qualquer coisa com tamanho que se veja vai ser preciso voltar ao bom velho monte de papéis espalhados por cima da mesa, cadeiras, chão, etc.. Ou seja, a interface o Zope acaba por ser simplesmente um chamariz que ajuda a malta a entrar naquilo mas depois, quando fôr "a doer", não ajuda nada e até acaba por empecilhar. Isso recorda-me o Excel, que tem um fantástico sistema de help integrado e permite fazer muitas tarefas simples rapidamente, mas que quando as coisas se complicam deixa de ser capaz de acompanhar as necessidades. A ferramenta dá a ilusão de que resolve problemas e incentiva a entrar, mas depois não resolve nada "sério". Ou antes, resolve mas era mais fácil sem a ferramenta. Isto é a verdadeira incarnação do Mal, pois as pessoas (todas) apegam-se ao que aprenderam e, depois de investirem um par de meses a entrar numa ferramenta, têm uma terrível (e compreensível) dificludade em aceitar que aqueles meses foram um investimento inútil. A reacção natural é investir "só mais um pouco" para resolver "isto" (que afinal é -- e é mesmo -- melhor que começar do zero de novo), e a vítima enterra-se cada vez mais. Qualquer um que tenha usado TeX (ou LaTeX) e Word, e que tenha tido a experiência de escrever um texto extenso e que leva várias revisões em cima, como uma tese, sabe do que estou a falar. É muito mais fácil escrever uma carta em Word, mas é de loucos usar Word para uma tese. Por estas razões é que, na minha opinião, Zope não é bad. Zope é Evil. PS.: A última vez que editei um Data.fs no Emacs e fiz search pela minha password, encontrei-a lá escrita em claro. Aquilo ainda está assim? |