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50 Anos da Descoberta do DNA.
Contribuído por BladeRunner em 28-02-03 15:42
do departamento ACGT-ácido-desoxiribonucleico
Ciência leitao escreve "Hoje (28/02/03) fazem os 50 anos da descoberta do DNA pelo James Watson e Francis Crick (que por curiosidade morava numa ruela em Cambridge chamada Portugal Place). O aniversario da descoberta esta' a ser celebrada por todo o mundo, e podem-se encontrar excelentes artigos sobre a historia e importancia para a biologia e medicina da "double helix"."

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Referências
  • os 50 anos da descoberta do DNA
  • James Watson
  • Francis Crick
  • Portugal Place
  • excelentes artigos
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    Ainda mais curioso (Pontos:1)
    por tOkIo em 28-02-03 20:06 GMT (#1)
    (Utilizador Info)
    ... e o facto d nao terem sido eles a fazerem as descobertas ... mas sim uma mulherzinha da equipa ... mas eles e que mandavam no projecto e ficaram c os louros.
    __tOkIo
    Re:Ainda mais curioso (Pontos:2, Interessante)
    por hununu em 28-02-03 23:22 GMT (#2)
    (Utilizador Info) http://dequim.ist.utl.pt
    Onde é que me podes dar evidências e provas disso?

    Das milhares de linhas que já li sobre a dita descoberta e sobre os artigos de opinião consequentes, ainda nunca vi referido tal conjectura.

    Além do mais, uma "mulherzinha" nunca podia descobrir este tipo de coisas e passar ao lado de 50 anos de ciência pós-DNA. Parece-me algo ridículo mandar este tipo de atoardas para o ar. O cerne da descoberta, não passa por umas análises. O que está em causa é um novo paradigma sub-celular que subjaz a toda a natureza viva tal qual como a conhecemos. Toda a gente desconfiava o que se passava mas não havia tecnologia para chegar lá de uma forma simples: Não havia resolução e know-how. O salto de génio (e sorte, não há descobertas sem sorte) foi a criação conceptual de um modelo tridimensional. Já se sabia o tipo de "química" envolvida de alguma forma, pois sabia-se mais ou menos os tipos de compostos que estavam em jogo.

    Após ler o livro de Watson, que é bastante interessante e lê-se bem (ie, é leve do ponto de vista científico), nunca fiquei com a mais leve impressão de roubo de louros.

    Mais uma vez, podes-nos dar mais informações sobre o que dizes?

    \oo/
    Re:Ainda mais curioso (Pontos:1)
    por Arrepiadd em 01-03-03 0:22 GMT (#3)
    (Utilizador Info)
    Epá, informações não tenho, mas que ele não é a primeira pessoa com o afirma não é de certeza.

    De qualquer das formas existem outros casos, nomeadamente um na área da Química Orgânica e de um senhor chamado Wittig que ganhou o Prémio Nobel em 1979 pela descoberta de uma aplicação de um composto à base de fósforo (trifenilfosfina, se não estou em erro) que se revelou bastante importante para a produção de compostos monoinsaturados.

    O interessante do caso para o assunto aqui tratado é que a descoberta foi feita por um aluno de licenciatura (nem sequer era um doutorando...) que estava a trabalhar para ele e a quem ele disse, olha, experimenta lá umas cenas com compostos de fósforo e apenas 3 ligações (o fósforo pode ter no máximo 5 ligações). O aluno lá descobriu que aquilo era fenomenal e o Wittig escreveu um artigo sem qualquer referência ao aluno. Quem é que ganhou o Nobel?!

    Mais uma vez, se põe a questão, provas... Mas quem me falou isto foi o meu professor de orgânica, não deu no Vidas Reais...

    Re:Ainda mais curioso (Pontos:1)
    por hununu em 01-03-03 0:49 GMT (#4)
    (Utilizador Info) http://dequim.ist.utl.pt
    Portanto, o aluno faz uma coisa que lhe dizem para ele fazer e ele é que devia ter o mérito de a experiência que lhe foi dita para ele fazer dar certo?

    Então, o melhor é os técnicos de laboratório começarem a assinar as publicações científicas em vez de as pessoas que estão à frente da investigação.

    Eu não conheço a história do Wittig nem digo que o aluno não deva ter parte do mérito, mas tudo isto é algo ingénuo pelo menos da tua parte:

      1) O aluno foi mandado fazer algo, como é natural a qualquer aluno na posição dele.
      2) O aluno pode ter feito aquilo sem ter percebido o que estava a fazer.
      3) O aluno pode nem ter percebido o que tinha acabado de descobrir.


    Se calhar o Witting devia-lhe ter dado parte do mérito, se ele de facto o mereceu. Mas mereceu-o? Que eu saiba, conduzir protocolos laboratoriais nunca deu créditos intelectuais a ninguem.

    A senhora que vocês se referem é a Rosalind Franklin. Existe uma biografia recente da senhora. Ela tirou de facto as fotografias ao DNA. Mas daí até chegar ao que Watson e Crick chegaram, vai um pouco. Além do mais, ela teve as fotos primeiro que eles...
    Provavelmente foi maltratada no processo e não lhe foi dado o devido e merecido crédito. É certo que há muita razão em dizer-se que antes era mesmo um clube de homens mas desvalorizar um trabalho genial de Watson e Crick só porque não foram eles que tiraram as fotos, enfim... Se fosse tão fácil, já tinha sido feito antes. 50 anos depois, o que nos parece óbvio, era na altura uma caixa preta.


    \oo/
    Re:Ainda mais curioso (Pontos:2, Interessante)
    por Arrepiadd em 01-03-03 1:10 GMT (#6)
    (Utilizador Info)
    Portanto, o aluno faz uma coisa que lhe dizem para ele fazer e ele é que devia ter o mérito de a experiência que lhe foi dita para ele fazer dar certo?

    Então, o melhor é os técnicos de laboratório começarem a assinar as publicações científicas em vez de as pessoas que estão à frente da investigação.

    Bem, uma coisa é o aluno ser mandado pesquisar a aplicação de compostos de fósforo. Outra é um dado composto que (específico!!) que ele experimentou ter uma aplicação muito importante na indústria química. De qualquer das formas, o Wittig apenas teve a ideia. Ele podia muito bem ter tentado e por algum motivo nunca ter usado o dito composto e portanto nunca ter chegado ao resultado que o aluno obteve.

    O aluno foi mandado fazer algo, como é natural a qualquer aluno na posição dele.

    Uma experiência laboratorial de um laboratório qualquer que eu tenha na universidade não me vai permitir descobrir um novo composto maravilhoso. A experiência está muito testada e muitas vezes é extremamente velha. Ainda este ano sintetizei um composto cuja síntese original datava de 1927. Tive de andar a ler microfichas para descobrir como o poderia fazer. Portanto, caso o aluno estivesse apenas numa experiência laboratorial normal, nunca teria descoberto o composto.

    Que eu saiba, conduzir protocolos laboratoriais nunca deu créditos intelectuais a ninguem.

    Mais uma vez, o aluno não estava simplesmente a seguir um protocolo laboratorial. O aluno, apesar de estar numa licenciatura, era um assistente do Wittig. Ele é que fez a pesquisa que deu nesta descoberta. Afinal de contas o Wittig apenas lhe disse, experimenta "qualquer coisa" com compostos de fósforo. E o aluno, o aluno, descobriu que um dado composto, aplicado num dado tipo de moléculas, produzia um dado efeito. Convém dizer, que há altura em que o aluno descobriu aquilo, não havia método prático de sintetizar os compostos que aquilo veio permitir.

    Portanto, apesar de (talvez) o Wittig ter algum mérito, afinal a ideia inicial foi dele, na minha humilde opinião, o mérito deveria mais para o aluno. O trabalho e a descoberta do aluno são muito superiores à parte do Wittig no processo.

    Re:Ainda mais curioso (Pontos:1)
    por Arrepiadd em 01-03-03 19:44 GMT (#9)
    (Utilizador Info)
    Bem, eu tenho aqui uma ideia para a fusão morna. Sim, fui eu que inventei esta! É feita num forno em casa, a alguns 300 ou 400 graus. Vou ficar rico! Bem, talvez eu não consiga executar a tarefa da fusão morna, mas de qualquer das formas tive a ideia. Se algum de vocês conseguir a fusão morna, o melhor é avisar-me porque eu é que mereço o Nobel da Física.

    PS - Esta fusão para além do prémio nobel da física mereceria também o prémio nobel da economia e já agora o da paz, acabavam as guerras por causa do petróleo. Já me estou a ver, quando alguém descobrir a fusão morna, vou ganhar 3 prémios nobel.

    PPS - Espero com isto ter dado a entender a minha opinião sobre o "é das ideias que nascem as coisas"

    Re:Ainda mais curioso (Pontos:1)
    por Arrepiadd em 02-03-03 22:37 GMT (#12)
    (Utilizador Info)
    A fusão morna, foi uma "sátira". De qualquer das formas, o objectivo seria produzir energia tal qual se produz a temperaturas bastante altas nas estrelas, fundindo átomos leves e dando átomos mais pesados c libertação de energia
    Re:Ainda mais curioso (Pontos:1)
    por switch em 01-03-03 13:21 GMT (#7)
    (Utilizador Info) http://defaced.syners.org
    É certo que há muita razão em dizer-se que antes era mesmo um clube de homens mas desvalorizar um trabalho genial de Watson e Crick só porque não foram eles que tiraram as fotos, enfim...

    Segundo o que aprendi no liceu e o que se vai comentando já na universidade, a questão não são as fotografias. Watson e Crick tinham modelos em ponto grande das várias moléculas que constituem o DNA e estavam a tentar adaptá-los de modo a formarem uma cadeia forte.

    Ao início, pensaram apenas numa estrutura bi-dimensional mas não estavam a conseguir estabilizá-la. Um certo dia, a sua senhora das limpezas estava a limpar a casa e deitou a estrutura abaixo. Atrapalhada, quis montar aquilo tudo de novo e tal como num puzzle, juntou "aquilo que encaixava melhor". Curiosamente, quando Watson e Crick viram o modelo da sra, perceberam imediatamente que estavam perante um modelo correcto da estrutura do DNA e que a estabilidade que eles não tinham conseguido encontrar se devia às pontes de hidrogénio, permitidas pela "tridimensionalidade" da molécula.

    A partir daqui, não há nada de novo!..

    Apesar do trabalho da sra ter saído completamente por acaso, na minha opinião deveria ser mais divulgada...

    -------------
    http://defaced.syners.org
    Re:Ainda mais curioso (Pontos:2)
    por MacLeod em 01-03-03 23:54 GMT (#11)
    (Utilizador Info)
    Então, o melhor é os técnicos de laboratório começarem a assinar as publicações científicas em vez de as pessoas que estão à frente da investigação.

    Estás um bocado atrasado -- uma coisa parecida com isso já se faz há algum tempo. Embora o nome dos técnicos apareça no final dos autores, é prática comum em algumas àreas da ciência que o nome dos técnicos venha no paper. Conheço, por exemplo, técnicos de telescópios que nem sequer têm uma licenciatura e já têm dezenas de papers publicados em jornais importantes.

    Re:Ainda mais curioso (Pontos:2)
    por leitao em 03-03-03 9:12 GMT (#13)
    (Utilizador Info) http://scaletrix.com/nuno/
    Onde é que me podes dar evidências e provas disso?

    O que o Arrepiad diz esta' em grande parte correcto.


    "Arguing on the Internet is like running in the Special Olympics -- Even if you win you're still retarded."

    Aplicações de ADN à informática (Pontos:3, Interessante)
    por Arrepiadd em 01-03-03 0:56 GMT (#5)
    (Utilizador Info)
    Para além da importância que teve para a compreensão da vida, o ADN tem-se mostrado também capaz de alguma utilização futura no domínio da informática.

    Aqui está um artigo que fala de uma dessas aplicações. Um pequeno excerto do texto diz:
    If nanoparticles are spaced even 20 angstroms apart on such a DNA crystal scaffolding, a chip could hold 10 trillion bits per square centimeter--that's 100 times as much information as in the 64 Gigabit D-RAM memory projected for 2010.

    Uma outra aplicação referida no artigo é a chip made from DNA crystals and nanoparticles could be valuable in such applications as real-time image processing.

    Para além da aplicação em processamento, existe uma outra utilização pouco referida no texto que é o simples armazenamento. Uma vez que o ADN tem quatro bases podemos ter, ao invés de uma notação binária, uma notação quaternária. Além disso, o facto de a informação ser guardada em pequenas unidades faz com que muito mais informação possa ser guardada por unidade de espaço (ou volume). Está aqui um texto que refere a exorbitância da capacidade de armazenamento do ADN. Passo a citar:
    DNA strands within the nucleus of each cell, if stretched end to end, would be over 125 billion miles long. This biotechnology contains over a hundred trillion times as much information as our most sophisticated storage devices.

    Não posso confirmar a precisão destes valores, no entanto, dá uma ideia da capacidade do ADN para armazenar informação.

    Para além disso, temos ainda neste site informação relativa a um computador feito totalmente de ADN. The machine is so small that a tiny droplet could hold up to three trillion of these DNA computers, in total performing 66 billion operations a second de acordo com o dito site.

    Portanto, ADN não é apenas um... e não só no gildot. Quem sabe o RedHat 3000 não saia já instalado em computadores com o tamanho de um tubo de ensaio.

     

     

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