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RedHat requer patentes de software
Contribuído por BladeRunner em 25-05-02 22:58
do departamento eu-quero-uma-patente-só-para-mim
RedHat CrLf escreve "Segundo um artigo no Linux Weekly news, a RedHat pediu duas patentes de software, ambas relacionadas com o TUX, Embedded Protocol Objects e Method and apparatus for atomic file lookup.
Boas ou más notícias?
[slashdot, barrapunto]"

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    Boa ou má? (Pontos:3, Esclarecedor)
    por Strange em 26-05-02 0:11 GMT (#1)
    (Utilizador Info) http://strange.nsk.no-ip.org/
    Talvez apenas necessária, visto o que algumas empresas sem escrúpulos andam a patentear...

    É preciso não esquecer que a RedHat tem libertado a maior parte (se não todo) do seu código sob a licença GPL, permitindo a quem quiser usufruir do patenteado.

    hugs
    Strange

    Re:Boa ou má? (Pontos:4, Informativo)
    por joaobranco em 26-05-02 20:58 GMT (#10)
    (Utilizador Info)
    Nota que libertar um código sob patentes por GPL não serve absolutamente de nada, a menos que seja também seguido por um licenciamento desse código de acordo com essa patente.

    Eu posso criar e libertar código que faz GIFs por GPL, sem copiar nada de nenhum lado (até pode ser minha criação original), mas uma vez que existe uma patente sobre GIFs (suponho que será agora da HPCompaq) ninguém pode usar esse código sem pagar licensas à detentora da patente.

    Não basta ter a source do código para ter direito a usá-lo, é preciso também ter a certeza que esse código está livre de patentes. É por essa razão que patentes de software são uma muito má ideia (TM).

    JB

    ideias soltas (Pontos:4, Interessante)
    por Gamito em 26-05-02 10:59 GMT (#2)
    (Utilizador Info) http://www.startux.org/~gamito
    Eu confesso que esta estória das patentes de software me divide. Desde logo porque não as consigo separar das outras, i. e., não consigo separar a invenção do buy with a single mouse click da invenção digamos... da roda quadrada.

    Onde eu quero chegar é que me parece que se deve ser a favor ou contra "as" patentes.

    Não se trata aqui de defender que se possa patentear o conceito de hipertexto, ou ir a correr patentear um algoritmo. Para regular isso é que devem existir as autoridades que registam as patentes.
    Trata-se de que se alguém tiver realmente uma *ideia* nova, esse alguém talvez tenha direito a receber em exclusivo direitos sobre ela durante um certo período de tempo. Tempo este que no software até admito que fosse bastante reduzido, mas o suficiente para compensar o criador da ideia.

    Trata-se de premiar quem teve a ideia e de incetivar a que venha a ter outras mais.

    Ainda ninguém mencionou o facto de não havendo patentes, isso poder constituir um facto de desmotivação para se... terem ideias. Coisa tipo "para que é que eu vou estar p'ra aqui a esfolar-me em criar qualquer coisa nova se depois toda a gente pode usar ?"

    Isto leva-nos a outro ponto que é o de eu pensar que as patentes protegem os pequenos dos grandes e não o contrário.

    Mário Gamito
    Re:ideias soltas (Pontos:3, Interessante)
    por Cyclops em 26-05-02 13:46 GMT (#3)
    (Utilizador Info) http://www.1407.org
    Imagina-te dono de uma pequena empresa de software que escreveu um
    poderoso programa. Este programa é a combinação criativa de 1000 regras
    abstractas (algoritmos) e muitos dados. Cada uma destas regras pode
    demorar minutos ou horas a (re)inventar, enquanto que desenvolvê-las e
    corrigir bugs custa o equivalente a 20 anos humanos. 900
    já eram conhecidas há 20 anos atrás e 50 estão agora cobertas por
    patentes das quais possuis 3, sendo que, para as obter, tiveste
    de te apressar para o Gabinete de Patentes, explicar a tua estratégia de
    negócio e pagar a advogados.

    Eis que entretanto a IBM e a Microsoft, por exemplo, usufruem de ideias
    patenteadas por ti, sem te dar a menor explicação. Sentes-te
    explorado? Certamente que sim, no entanto se reclamares os teus
    dividendos,
    equipas de advogados informar-te-ão que estás a infringir entre
    20 a 30 das 50000 patentes dos seus clientes, e induzem-te a um
    acordo de cavalheiros: 3% dos teus lucros anuais são
    para a IBM, 2% para a Microsoft...

    Após tudo, eventualmente a tua empresa começa a lucrar e a tornar-se
    atraente.
    A agência de patentes aproxima-se de ti. Estás a infringir 2 a 3 das
    patentes dos seus clientes, dizem. As reivindicações deles são muito
    abrangentes e querem EUR 100 000.

    O litígio pode demorar 10 anos e custar EUR 1000000... tu pagas.
    Passado um mês, outro agente de patentes bate à tua porta... novo
    pagamento. Após algum tempo, abres falência e procuras então a
    protecção de uma grande empresa. A Microsoft oferece a compra da tua
    empresa por uma quantia simbólica... e tu aceitas.

    Num sistema baseado apenas em copyright, poderias estar
    agora independente e rico. No entanto, através de patentes, a Microsoft
    e
    outros foram capazes de "pilhar" a tua "propriedade intelectual".

    Consegue esta fábula ajudar-te a entender porque é que muitos
    criadores de software sentem que a BSA e os seus amigos advogados (de
    patentes) estão entre *os maiores piratas de software do mundo*?
    Re:ideias soltas (Pontos:3, Interessante)
    por MavicX em 26-05-02 15:15 GMT (#5)
    (Utilizador Info)
    Podes fazer de outro modo.

    A IBM e a Microsoft patenteiam um novo software, mas para isso tem de especificar tecnicamente o que fizeram (não sei se a source ou não). Vais ás bases de dados das patentes (que são publicas) e fazes igual e crias o software. Depois crias uma empresa com sede nas ilhas caimã (paraiso fiscal) e alugas um servidor na Libia a vender o prog pela Net.

    E a IBM e a Microsoft porque não patentiaram o software nem nas ilhas Caimã nem na Libia. ficam agarrados e não te podem processar, e tu ficas rico.

    P.S. o unico problema é não conseguires fazer o software igual a eles :-)


    Pedro Esteves

    Re:ideias soltas (Pontos:0, Engraçado)
    por Anonimo Cobarde em 26-05-02 19:42 GMT (#8)
    hum.. ca' pra mim pertences 'a firma...
    Re:ideias soltas (Pontos:1)
    por joaobranco em 26-05-02 21:19 GMT (#11)
    (Utilizador Info)
    Isto assume:

    a) Que as patentes são suficientemente detalhadas para saberes o que cobrem.

    b) Que as patentes não são sobre coisas triviais, que não mereceriam protecção de patentes por serem (de acordo com a definição americana, a europeia é semelhante "triviais para um especialista que trabalhe na área").

    O problema com as patentes de software é que normalmente falham as duas regras. Neste caso estou a falar das Americanas, que são as que eu conheço, embora também existam de forma condicional na Alemanha - e tenho um amigo que trabalha no European Patent Office que diz que estão a aceitar já também condicionalmente patentes de software.

    Normalmente é possivel patentear processos ou métodos que são demasiado genéricos ou triviais (ou ambos). Mais ainda, é prática corrente apresentar "claims" (pedidos de proteção por patente) sobre um monte de coisas não necessáriamente relacionadas entre si (ou com o produto que se pretende desenvolver), apenas para impedir que um competidor use algum mecanismo alternativo de atingir fins similares.

    E como a maior parte dos "Patent Offices" não tem tempo de verificar se as patentes que lhes são oferecidas são realmente válidas (e muitas vezes nem sequer tem a gente capaz de determinar correctamente isso), as coisas são aprovadas, no principio de que depois fica para os tribunais estabelecer a qualidade dos pedidos de patentes. Só que nos tribunais (e mais ainda em assuntos eminentemente técnicos e fora das áreas de conhecimento dos juizes) ganha quem tiver mais tempo e dinheiro, não necessáriamente quem tem razão.

    JB

    Re:ideias soltas (Pontos:1)
    por Mulder3 em 26-05-02 18:27 GMT (#7)
    (Utilizador Info)
    Não sou advogado, e gostava que alguem me explica-se as diferenças entre ter um software com copyright e estar patenteado, se eu tivere um software me com copyright eu faço o que quero dele, certo? ou seja quem quer usar as minhas rotinas paga, e se tiver pantenteado? basicamente é a mesma coisa, ou não? Confesso que fiquei um pouco confuso com isto...
    Re:ideias soltas (Pontos:3, Esclarecedor)
    por MavicX em 26-05-02 20:22 GMT (#9)
    (Utilizador Info)
    Há alguma diferença entre copyright e licenças e patentes.

    Licenças é simples usa o programa mediante condições especificas. No caso opensource podes ter algumas limitações ao nivel do codigo e da maneira como o podes distribuir.

    Copyright é um termo geral da propriedade intectual, quase tudo original pode ser abrangido pelo copyright e é como o proprio termo denucia. Não podes copiar em todo ou em parte sem a autorização do autor. Mas podes basear-te e fazer parecido.

    Patentes é mais complicado. Podes pantentiar um produto ou uma tecnologia e mais niguem pode fazer igual ou parecido. Depois existe o problema do que é parecido e o que não é, mas isso é para os tribunais.

    Exemplo se o Unix tive-se uma patente, não tinha nunca existido o Linux. Embora o codigo não seja igual e não viola nenhum copyright, provavelmente violava uma carrada de patentes por implemetar funções parecidas com o Unix.

    P.S. Tambem não sou nenhum adbogado :-)

    Pedro Esteves

    Re:ideias soltas (Pontos:2)
    por cgd em 27-05-02 11:42 GMT (#18)
    (Utilizador Info)

    Exemplo se o Unix tive-se uma patente, não tinha nunca existido o Linux. Embora o codigo não seja igual e não viola nenhum copyright, provavelmente violava uma carrada de patentes por implemetar funções parecidas com o Unix

    Humm... Não tenho a certeza disso. De certeza que violava os pipes, que foram a grande invenção do unix. De resto, a maior parte das coisas que foram implementadas em unix, baseavam-se em 'prior art'. Não te esqueças que o unix foi o esforço isolado (numa primeira fase) do Ken Thompson em reimplementar um sistema operativo mais simples que o multics, que havia sido abandonado pela ATT+GE anos antes. A maior parte das ideias vinhas do multics, que por sua vez baseavam-se em conceitos anteriores.

    Este é um dos problemas das patentes: se são demasiado detalhadas (específicas), não cobrem nada, porque fazem-se variantes (logo diferentes), mas usando técnicas baseadas na patente. Se são genéricas, cobrem um espectro demasiado grande do que se venha a fazer. Por exemplo, houve um bacano que no início dos anos 80 patenteou o uso de formatos intermédios, independentes do tipo de destino, para representar typesetting (cenas para imprimir). Isto, anos depois de haver o TeX (com o seu .dvi -- device independent, e o roff). A maior parte dos formatos que se pense hoje em dia, seriam "baseados" nessa patenten -- HTML, postscr1pt, PDF, o próprio XML, se aplicado para produzir impressão!

    cya


    -- carlos

    Re:ideias soltas (Pontos:3, Informativo)
    por joao em 26-05-02 21:30 GMT (#12)
    (Utilizador Info) http://www.nonio.com
    O copyright dá-te direitos exclusivos sobre o código que tu escreveres, mas não impede que alguém escreva um código que implemente o mesmo algoritmo. Uma patente confere o monopólio de uma ideia abstracta, qualquer que seja a sua implementação concreta.

    Por exemplo, considera o problema da ordenação de uma série de palavras por ordem alfabética. Se tu fizeres um programa que faça isso, tens o copyright do programa e ninguém pode copiar esse programa sem a tua autorização. Mas isso não impede outro gajo qualquer de fazer um programa identico.

    Uma patente só é conferida a um determinado método de ordenar palavras. Se tu conseguires registar uma patente com um determinado método, ninguém pode fazer programas usando esse método sem a tua autorização.

    A diferença fundamental é que as patentes são atribuidas a coisas que podem ser redescobertas de forma independente. O copyright é atribuido a obras que só podem ser redescobertas por cópia. Por exemplo, vários investigadores podem descobrir o mesmo método de ordenar palavras sem comunicarem uns com os outros porque se trata de um problema com poucas soluções ótimas. Mas ninguém pode escrever um livro igual a um dos do Saramago sem copiar.

    O copyright só dá ao Saramago direitos sobre aquela implementação das suas ideias. Mas qualquer um pode pegar nas ideias que lá estão e escrever um outro livro qualquer.

    ----
    joao
    nonio.com - ciência, tecnologia e cultura

    Re:ideias soltas (Pontos:1)
    por Mulder3 em 26-05-02 21:37 GMT (#13)
    (Utilizador Info)
    Visto dessa maneira, então concordo com as patentes, não patentes absurdas(como aquela sobre os hiperlinks) mas sim verdadeiras patentes, se eu invento alguma coisa, penso que tenho o diereito exclusivo sobre ela, senão para quê inventa-la?
    Re:ideias soltas (Pontos:1)
    por joaobranco em 26-05-02 21:51 GMT (#14)
    (Utilizador Info)
    A questão é: para que serve à sociedade em geral que tu tenhas o direito exclusivo sobre as coisas?

    O fundamento teórico das leis designadas de "propriedade intelectual" assume que a sociedade ao garantir alguma protecção sobre determinadas coisas (o direito de explorar em monopólio, limitado no tempo, alguma coisa que tu desenvolveste ou criaste) está a estimular a criação de mais obras do género, a criar incentivos à criação.

    Apenas hoje em dia as protecções concedidas são tais, e abusadas de tal forma, que se arriscam a ter os efeitos contrários aos indicados. Ao contrário de levar à criação, está a permitir que entidades impeçam a criação. E isto é extremamente importante porque quase tudo o que fazemos em termos de trabalho intelectual é manipulação de conceitos que nós não inventámos (um génio inventivo pode durante as suas criações chegar a usar cerca de 1% de invenções originais suas, o restante é "common lore"). E se o acesso a essa informação comum é restrita, toda a sociedade perde, porque ao invés de termos uma legislação de incentiva a criação temos pelo contrário uma que restringe esta a limites bem definidos.

    JB

    Re:ideias soltas (Pontos:2)
    por raxx7 em 28-05-02 19:30 GMT (#23)
    (Utilizador Info) http://raxx7.no.sapo.pt/

    A questão é: para que serve à sociedade em geral que tu tenhas o direito exclusivo sobre as coisas?

    A infeliz realidade é que nenhuma farmacêtica estará disposta a investir na procura de novos medicamentos senão tiver um periodo de graça no qual pode tirar vantagem do investimento que fez, por exemplo. E as patentes garantem-lhes isso.

    Remember to be the Killer, not the Victim! (Nuklear Girl)
    Re:ideias soltas (Pontos:1)
    por joaobranco em 29-05-02 1:43 GMT (#24)
    (Utilizador Info)

    A infeliz realidade é que nenhuma farmacêtica estará disposta a investir na procura de novos medicamentos senão tiver um periodo de graça no qual pode tirar vantagem do investimento que fez, por exemplo. E as patentes garantem-lhes isso.

    Concordo, e nem considero essa realidade infeliz. Mas isto é simplesmente o uso construtivo da patente, com que eu estou de acordo.

    Mas a ideia das patentes é justamente que possam existir muitas industrias farmacêuticas a competir por criar novos produtos (enfâse em novos). Não é permitir que uma empresa farmacêutica simplesmente se apodere de conhecimento comum a toda a humanidade (por exemplo, o genoma humano) e tenha durante um período de tempo elevado a capacidade de impedir que outros usem dessa informação, mesmo que ela própria não o saiba/possa/lhe interesse fazer.

    E não tem nada também a ver com patentear mais do que um processo para fazer alguma coisa, patentear o resultado do processo e impedir que outros cheguem ao mesmo resultado.

    JB

    Re:ideias soltas (Pontos:3, Informativo)
    por joao em 26-05-02 21:57 GMT (#15)
    (Utilizador Info) http://www.nonio.com
    Há dois problemas fundamentais:

    1 - Porque é que tu deves ter direitos exclusivos durante 20 anos sobre algo que outra pessoa qualquer poderia descobrir dentro de 1 ano ou 2? Porque é que tens direitos especiais só porque foste o primeiro por alguns meses? Repara que os tempos do génio solitário já passaram há muito. Hoje em dia existe muito mais gente com capacidade para descobrir coisas novas e as descobertas que realmente interessam são apenas uma questão de tempo. As patentes são um estimulo para apressar o tempo e a duração da patente não pode ser muito maior que o tempo que se ganha. Isto significa que o tempo de duração da patente devia depender do tipo de invento e nesse caso o software deveria ter patentes curtas. Digamos, 2 a 5 anos, em vez de 20.

    2 - As patentes têm que ser atribuidas por uma autoridade central o que torna o sistema vulnerável. As empresas têm mais estimulos para competir no campo da justiça e da política do que no campo da tecnologia. O que interessa não é ter ideias originais. O que interessa muitas vezes é ter bons advogados e bons lobis.

    ----
    joao
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    Re:ideias soltas (Pontos:2, Informativo)
    por joaobranco em 26-05-02 22:00 GMT (#16)
    (Utilizador Info)
    Uma patente confere o monopólio de uma ideia abstracta, qualquer que seja a sua implementação concreta.

    Nota que isto só se aplica a patentes designadas de "software" ou "business methods". E este tipo de patentes é "perversa (tm)".

    Em geral, as patentes tradicionais não cobrem uma ideia abstrata, mas sim uma forma /implementação de fazer uma qualquer coisa, forma essa que pode ser descrita em termos genéricos. A distinção é relevante.

    Uma patente tradicional pode descrever um determinado tipo de ratoeira ("mecanismo para apanhar ratos apontando um raio laser à sua toca através de um nanorobô auto-duplicativo"), mas não o conceito abstrato de ratoeira ("qualquer método ou mecanismo de apanhar ratos"). Se alguém tiver uma patente sobre o primeiro caso, nada me impede de continuar a matar ratos à sapatada.

    O principal problema é que quando começamos a falar de software, particularmente, os conceitos do que é a descrição e do que é a implementação confundem-se...

    JB

    Re:ideias soltas (Pontos:3, Informativo)
    por joao em 26-05-02 22:37 GMT (#17)
    (Utilizador Info) http://www.nonio.com
    Só que não há muitas maneiras de matar ratos e os métodos de matar ratos são muito semelhantes aos métodos de matar hamsters. Se tu registas a patente de um "mecanismo para apanhar ratos apontando um raio laser à sua toca através de um nanorobô auto-duplicativo" não faz muito sentido que depois venha alguém patentear um "mecanismo para apanhar hamsters apontando um raio laser à sua toca através de um nanorobô auto-duplicativo". Aliás, um "mecanismo para apanhar ratos apontando um raio laser à sua toca através de um nanorobô auto-duplicativo" é tão óbvio que tu nem demoraste mais de 1 minuto a inventá-lo.

    ----
    joao
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    Patentes e preços (Pontos:4, Informativo)
    por MavicX em 26-05-02 15:04 GMT (#4)
    (Utilizador Info)
    O sistema de patentes e da propriedade intelectual é algo muito complexo e extremamente caro.

    As patentes funcionam por zonas e por paises. Existe dois grandes organismos a Organização Europeia de Patentes da qual portugal faz parte e Registo de de patentes dos Estates (US Patent and Trademark Office). Mas para cada inovação é preciso patentiar nos mercados em questão. Por exemplo se registar uma Patente nos Estates não me serve de nada na Europa posso fazer uso da inovação patentiada aqui na Europa sem nenhums problemas. Até posso registar na Europa e nos Estates, mas há sempre algum pais ou na Asia ou América latina em que essa patente é igual a Zero.

    No fundo o que as grandes empresas fazem é registar patentes em varias organizações e paises a nivel Mundial para preservarem a propriedade intelectual. O que está muito longe de uma pequena casa de software house possa fazer.

    A segunda questão é a diferença do registo. Por exemplo nos Estates o registo é facil e barato, eles patenteiam quase tudo, mas existe um senão os tribunais. Caso a nova patente entre em conflito com outra anterior recorre-se aos tribunais de patentes com recurso a grandes e boas equipas de advogados e especialistas e a avultadas indiminizações.

    No caso europeu passa-se o contrário o patentiamento é moroso e muito caro. Tem de se fazer um dossié bastante completo com recurso a especialistas e advogados que depois vai ser analisado pela commisão de patentes e pelos seus especialistas a ver se infrige outra patente. É um processo que pode custar largos meses e muitos milhares de Euros. Algo que não está de acordo com a rapida evolução do mercado de software.

    Resumindo é um jogo para grandes players com muito capital. Mesmo a redhat acho que não está nesse campeonato, por exemplo neste caso ela panteteia só nos estates, mas a patente tem de conter os dados técnicos sobre o que se vai patentiar e são publicos. Agarro nos dados e faço igual em Portugal e lá se vai o dinheiro da patente.

    Pedro Esteves

    Re:Patentes e preços (Pontos:2)
    por raxx7 em 28-05-02 19:27 GMT (#22)
    (Utilizador Info) http://raxx7.no.sapo.pt/

    Algo que não está de acordo com a rapida evolução do mercado de software.

    Porquê? Surgem assim tantas coisas dignas de ser patentedas no software?

    Remember to be the Killer, not the Victim! (Nuklear Girl)
    Patentes inúteis (Pontos:1, Informativo)
    por Anonimo Cobarde em 26-05-02 15:18 GMT (#6)
    "Patentes inúteis
    O mais sólido pilar que sustenta a proteção à propriedade intelectual é o registro de patentes. No entanto, com o sistema assoberbado pela contínua chegada de novas requisições, acaba havendo algum descuido, resultando na aprovação de patentes totalmente ridículas. Caso recente foi o da de número 6.368.227, concedida este mês a um menino de 9 anos residente em Saint Paul, em Minnesota, EUA. Supra-sumo da obviedade, ela define um método alternativo de se brincar num balanço comum de galho de árvore. Em vez de se balançar oscilando o conjunto para frente e para trás, o geniozinho de meia-tigela "inventou" um jeito de se balançar para os lados ou em trajetória oval, numa variante do folguedo já praticada pela criançada talvez desde os tempos de César. Os desenhos esquemáticos que constam na patente são de tamanha cretinice que só se pode atribuir a iniciativa a uma brincadeira do pai do infante, que foi mencionado como o agente do registro.
    O toque pitoresco do documento é a honesta referência a uma patente anterior, um pouco mais elegante, visualmente falando. É datada de 7 de junho de 1881: a patente número 242.601, um balanço altamente brega idealizado por Daniel B. Clement de Boston, Massachusetts. Enquanto isso, permanecem na fila do US Patent and Trademark Office (USPTO) milhares de inventos tecnológicos genuinamente relevantes aguardando aprovação."

    - Texto retirado da coluna do Carlos Alberto Teixara para a GloboNews
    Re:Patentes inúteis (Pontos:2)
    por cgd em 27-05-02 11:57 GMT (#19)
    (Utilizador Info)

    Confesso que essa é mais engraçada que todas as que eu conhecia :-)

    Durante muitos anos, o senhor Edison (da fama da luz eléctrica e gramofone), foi a pessoa com mais patentes registadas. Dessas, apenas uma meia dúzia eram realmente interessantes (mas, e de que maneira!). Há alguns anos, um Japonês ultrapassou o número de patentes registadas, lembro-me que uma delas era um taco de golfe oco, que fazia um barulho metálico quando se dava uma tacada.

    Depois existem as revoltantes/idiotas: a dos formatos intermédios em typesetting (ver #18 deste thread), a de uma pessoa que "descobriu" o run-length-encoding, patenteou o processo de representar informação através de um "byte-contagem byte". Mais tarde "descobriu" uma melhoria, representando "nibble-contagem byte". Felizmente existem variantes RLE mais úteis para comprimir dados. E dúvido que venham atrás seja de quem for, por usar estas técnicas.

    cya


    -- carlos

    Patentear a roda (Pontos:1)
    por zaroastra em 28-05-02 13:06 GMT (#21)
    (Utilizador Info)
    Para verem so como o sistema de patentes pode ser descredibilizado, vejam so como um australiano patenteou a roda, o eixo, os raios e o aro, tudo isto em 2001!!!
    link para os ignobeis
    e um link directo para o pdf com a patente aprovada

    Z

     

     

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